18 de ago. de 2011

Zara X Trabalho escravo

Acabei de ler este texto no blog ColorFun, que por sua vez, leu no Chic é ser inteligente, de quem é a autoria. Faço das palavras da Camila, as minhas! Eu também tive preguiça de ler, mas vale muito a leitura!

Veja aqui o que é esse bafafá todo.

Sabe por que quando você olha na etiqueta das suas roupas, calcinhas, utensílios domésticos e na maioria das coisas que você usa, sempre está lá, estampado, que o tal produto foi feito na China, em Taiwan, na Indonésia, na Bolívia, no Peru, aqui no Brasil ou em qualquer lugar onde a população pobre é maioria? Não, definitivamente não é porque os chineses são os melhores costureiros, os indonésios pregam um lacinho como ninguém ou porque a alegria dos brasileiros faz toda diferença na linha de montagem. É porque nesses lugares é possível encontrar a menina dos olhos dos empresários milionários do mundo todo, e ela se chama mão de obra barata. Não é uma coincidência adorável? pois é. E onde há pobreza, há condições de trabalho inadequadas e gente que aceita ser explorada pois não tem outra opção. Vai dizer que você não sabia que era por isso que na sua etiqueta não vem escrito “feito na Suiça”? É, e a Zara, parece ter abertos as portas do terceiro mundo para mostrar à nossa gente inocente – e de primeiro mundo! – que também explora trabalhadores. Entendo a comoção. Aí nessas horas, os mais radicais (será mesmo?) dizem logo que vão deixar de comprar na Zara. Acho bonito ver tanta moral passeando por aí, mas vamos cair na real? Que diferença isso faz? Você se sente melhor? Tudo bem, eu entendo. Mas não diz isso por que acha bonito bradar no twitter. Até compreendo se você não se sentir mais à vontade pra comprar na loja, mas te sugiro também refletir sobre quantas outras coisas você não compra por uma pechincha e acha que está fazendo bom negócio por que o produto foi barateado pela mão de obra explorada. Ou se você mesmo não está se aproveitando da necessidade da tua empregada doméstica para não assinar a carteira dela, pagar férias ou décimo terceiro. No caso Zara, não seria mais sensato e efetivo cobrar do estado, que é quem tem o dever de fiscalizar e punir devidamente esse tipo de irregularidade e desumanidade, para que a empresa pague por isso e não volte a realizar esse tipo de exploração? Porque sim, ela deve ser punida. Não engulo qualquer contra-argumento, como dizer que ela não sabia do que ocorria pois era um serviço terceirizado. É uma questão lógica: se o salário mínimo de um país é 2X e a Zara está pagando por um serviço de 1X, para que os trabalhadores produzam pelo dobro de horas de uma jornada normal, a exploração é clara. Ela não precisa estar lá batendo com o chicote nas costas de cada boliviano para ser consciente e conivente. Ela só quer lucrar mais e para isso fecha os olhos. Outro ponto que muitos esquecem, é que além dos fatores econômicos existem “n” fatores sociais que não dizem respeito à Zara e contribuem para que ocorra esse tipo de exploração. Os trabalhadores das oficinas não se submeteram a tais condições apenas por dinheiro, mas sim porque eram ilegais e deviam favores e quantias em dinheiro aos seus patrões, se submetendo assim a uma situação de escravidão. O que denota, novamente, a falta da ação do Estado como fator decisivo no enfrentamento e combate à exploração. Não estou menos revoltada do que qualquer outra pessoa, mas definitivamente não vou parar de comprar as roupas que já estão nas lojas, porque acharam 2 pontos de exploração. O meu bom senso diz que seria incoerente da minha parte deixar de usar Zara e não questionar todas tantas outras peças do meu guarda-roupas e da minha vida. E tantas atitudes da vida dos outros. E tanta exploração que vemos diariamente mas que já se tornaram normais aos nossos olhos de tão repetidas. Prefiro acompanhar o caso e se necessário cobrar – por todos os meio possíveis – que a loja seja punida nos termos da lei.


Autora: Camila Gusmão

5 Comentários:

Raquel Albuquerque disse... Responder

Quando vi essa reportagem essa semana na Band lembrei dos relatos diarios que escuto no meu trabalho. Sou psicologa clinica e trabalho em uma empresa de plano de saude que tem convenios com uma fabrica bem conhecida aqui na minha cidade (Natal - RN), a Guararapes, essa fabrica confecciona para uma empresa ainda mais conhecida que é a Riachuelo, e pasmem lá nao é tao diferente da Zara, todo santo dia atendo pessoas com diversos transtornos psicologicos causado pela exploração no trabalho, elas sofrem assedio moral, pressao psicologica, pessimas condiçoes de trabalho e salarios nada dignos. É realmente triste!!

Anônimo Responder disse... Responder

Isso existe em td lugar e na maioria das grandes fabricas, se ilude quem pensa q td trabalhador pequeno ganha 1 salario minimo, isso nunca vai existir. Agora imagina se tds as pessoas deixassem de conprar nessas lojas que exploram seus empregados, quem acabaria sem emprego? Os empregados... Infelizmente isso existe pq tem gente q se submete e precisa disso, onde acaba encontrando sua unica opcao.

Mariana disse... Responder

Concordo com você. Enquanto fiscalização não for eficiente nada vai mudar.

http://maremoreira.blogspot.com/

☆ ツ:.MÿNzÏnHä.:ツ☆ disse... Responder

Nossa Beca, por uma pura cooncidencia, hj, na aula da andrea Sampaio o assunto era esse ..."mão de obra barata" , não especificamente Zara, mas em geral! Este texto fez complçementar meus estudos e perceber a real ! muito baca colocar isso no blog ...

Anônimo Responder disse... Responder

Concordo 100%